Comemoração do 25 de Abril – 2016
Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Municipal de Tomar e restantes membros da Mesa,
Exma. Sra. Presidente da Câmara Municipal e senhores vereadores, Exmos. membros da Assembleia Municipal,
Exmos. representantes das entidades civis, militares e religiosas, Exmos. familiares dos homenageados,
Caros elementos da Comunicação Social,
Minhas senhoras e meus senhores,
Comemoramos hoje o 42º aniversário do 25 de Abril.
O Movimento das Forças Armadas que libertou Portugal das amarras da ditadura, da opressão e da guerra.
O primeiro passo de um caminho de liberdade e democracia.
2 anos depois, Portugal deu mais um importante passo, com a aprovação da Constituição da República Portuguesa.
Mas este percurso ainda não terminou.
A democracia não é um projeto acabado.
Mas sim, um sonho que construímos todos os dias. Todos os portugueses. Todos nós.
O 25 de Abril devolveu aos Portugueses os direitos e as liberdades fundamentais, que ficaram consagrados na Constituição.
Esta viragem histórica da sociedade portuguesa abriu portas a um mundo de oportunidades para Portugal e para os portugueses.
Um país onde eu, a minha geração e as gerações das últimas décadas, não sabemos o que é viver com censura. Viver com desconfiança. Viver com medo.
Um país onde podemos hoje fazer as nossas escolhas, tomar as nossas decisões.
Portugal é hoje um país do qual todos nos orgulhamos.
Mais desenvolvido. Mais justo. Mais solidário.
Um país onde temos condições para ter sucesso. Condições para competir com o resto do mundo! Temos história, património e infraestruturas.
Um ensino de excelência, que prepara profissionais extraordinários capazes de singrar em qualquer parte do mundo.
Tecnologia ao nível do que melhor se faz lá fora.
Recursos diferenciadores como o clima, o mar e a floresta.
Setores, como a agricultura, a cultura, o desporto e o turismo, onde somos dos melhores!
Porque temos um povo capaz, corajoso e empreendedor.
Mais do que contabilizar os sucessos da democracia, devemos hoje refletir não só sobre o 25 de Abril e o legado que nos deixou, mas especialmente sobre o nosso futuro.
As incertezas e preocupações que pairam hoje sobre Portugal e que podem comprometer o futuro do país.
A independência nacional, a nossa liberdade, estão condicionadas pela economia e pelas finanças.
As assimetrias entre o litoral e o interior continuam a aumentar. O Poder Local vê-se confrontado com novos paradigmas.
Exigentes, que requerem os melhores e o melhor de cada um.
Que obrigam a uma nova visão da gestão municipal.
Assistimos hoje ao retrocesso na confiança dos investidores nacionais e estrangeiros.
À crescente descredibilização no funcionamento das instituições e dos agentes políticos.
Falamos do país, como poderíamos falar de Tomar. E as conclusões seriam muito semelhantes.
É neste contexto excecionalmente difícil, que enfrentamos novos desafios.
Para os quais precisamos do compromisso e empenho de todos.
Mas, os Portugueses estão insatisfeitos com a Democracia.
Não é por acaso que assistimos a um aumento das taxas de abstenção.
De acto eleitoral para acto eleitoral, há mais pessoas descontentes.
Há mais pessoas descrentes no sistema democrático.
E isso, deve ser uma preocupação de todos. No País e em Tomar.
42 anos depois da implantação da 3a República.
40 anos depois da aprovação da nossa 6a Constituição.
A defesa da democracia assume uma verdadeira importância para o nosso país.
Para a nossa região. Para o nosso concelho.
Mais do que nunca, a credibilidade, a responsabilidade e a responsabilização, são essenciais para o futuro de Portugal.
Como há 42 anos, o nosso principal objetivo deve continuar a ser melhorar a vida das pessoas.
Não estamos condenados à estagnação, à indiferença, ao desânimo.
Os últimos anos assim o demonstraram!
Temos a oportunidade de virar mais uma página histórica em Portugal.
E de continuarmos a cumprir os valores de Abril.
Mas não nos podemos esquecer que a consolidação da democracia é uma tarefa árdua!
Queremos ou não ter o nosso destino nas nossas próprias mãos?
Queremos ou não um Portugal mais coeso, territorial e socialmente?
Queremos ou não que sejam levadas a cabo reformas estruturais ainda necessárias para o nosso país?
Cabe-nos a nós honrar a memória daqueles que antes de nós lutaram pela liberdade e pela democracia.
Cabe-nos a nós merecer o legado do 25 de Abril e preparar o futuro das gerações vindouras.
Como dizia António Ramos Rosa: “se a pátria é uma herança ela é também o espaço que está à nossa frente”.
Tomarenses, amigos.
É o futuro que está à nossa frente. Estaremos à altura das responsabilidades? Eu acredito que sim!
Viva o 25 de Abril!
Viva Tomar!
Viva Portugal!
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