Carta Aberta aos Tomarenses

Iniciámos no dia 20 de outubro um novo ciclo da governação autárquica em Tomar. São quatro anos ao longo dos quais muito há a fazer, em que contarão com a minha determinação, empenho e proatividade enquanto Vereador na Câmara Municipal de Tomar.

Estou preparado para participar nos debates sobre o nosso concelho e nas decisões para o futuro da nossa terra. Não hesitarei em estar ao lado do que venha a beneficiar Tomar e os tomarenses. E também não deixarei de honrar as propostas e ideias que o PSD apresentou aos nossos concidadãos. Podem, seguramente, contar com a minha oposição a tudo o que considerar que não serve Tomar nem contribui para o desenvolvimento do concelho.

É este o compromisso que assumo nas funções de Vereador na Câmara Municipal, com sentido de missão e a responsabilidade de dar voz aos que, como eu, não acreditam que o caminho dos últimos oito anos seja o certo.

A diferença de votos entre PS e PSD não foi grande, mas rapidamente perceberão que a diferença na atitude, nos projetos e na visão é enorme. Daqui a quatro anos os tomarenses terão a oportunidade de fazer uma justa avaliação dessa diferença.

O nosso escrutínio da atuação da governação socialista começou na primeira reunião de Câmara e será uma constante ao longo deste mandato.

Os últimos oito anos em que o Partido Socialista tem gerido a Câmara Municipal de Tomar foram de uma governação avulsa onde a exceção é a regra e as dúvidas mais que muitas.

A começar pelas obras municipais que parecem destinadas a sofrer atrasos muito significativos, do Centro Escolar da Linhaceira à Av. D. Nuno Álvares Pereira, sem esquecer a Várzea Grande. Atrasos que vistos do conforto dos gabinetes municipais parecem uma questão de calendário, mas, para a comunidade escolar, para os moradores e para os comerciantes são claros transtornos no dia-a-dia.

Concursos e procedimentos, parece que não acertam um. É a Estalagem de Santa Iria, o edifício dos SMAS, o Convento de Santa Iria e o Colégio Feminino, a Tejo Ambiente. Os cidadãos têm o direito de saber o que se passou, o porquê de todos estes problemas, o que falhou, quem falhou?

Ainda há dias dizia o Vice-Presidente, Hugo Cristóvão, que “não foi possível pelas limitações da pandemia organizar a Feira de Santa Iria”. São umas limitações curiosas que, pelos vistos, só se aplicam em Tomar, ou, pelo menos, na cabeça da governação socialista. Basta olhar para o concelho do lado com a Feira Nova de Santa Iria em Ourém, ou até a Feira de Santa Iria em Faro. Será que as limitações não são as mesmas para todos? Ou as limitações estão na capacidade de gerir e executar do PS?

Nesta, como noutras situações, a Câmara Municipal não informa das razões, não apresenta justificações, não apura responsabilidades, nem aponta soluções. O que se passa afinal? A transparência, pilar da nossa democracia, é algo que não abunda nesta governação socialista.

A concentração excessiva de competências na Presidente da Câmara e a atribuição das 21 representações do Município em entidades externas apenas aos Vereadores do Partido Socialista são um claro exemplo do que o PS entende ser o exercício das funções autárquicas.

Que caminho é este que, nos últimos 10 anos, levou o nosso concelho a perder mais de 4000 pessoas? O futuro de Tomar não pode continuar a ser adiado. Não sei se é falta de capacidade, falta de jeito, azar ou qualquer outra razão que ninguém conhece. Não sei o que é, mas vou descobrir nos próximos quatro anos.

Estarei presente para participar na definição, implementação e fiscalização da estratégia municipal nos temas e oportunidades estruturantes para o nosso concelho. Muito ainda há a fazer para assegurar níveis de qualidade de vida competitivos em termos de habitação, educação, saúde, coesão social, segurança, mobilidade, sustentabilidade e transformação digital. Falhar nestes temas é falhar com a nossa terra e com os tomarenses.

É urgente focarmo-nos na economia local, na procura de investimentos catalisadores de novas dinâmicas e de criação de postos de trabalho qualificados. As famílias tomarenses dependem desse crescimento para também elas crescerem e se fixarem.

O investimento é, certamente, um tema que reunirá o consenso de todos no executivo municipal, mas isso não é suficiente. Basta de grandes anúncios que não passam de uma mão cheia de nada, precisamos de ações concretas e de resultados palpáveis. O acompanhamento e apoio às empresas existentes no nosso concelho; a criação de plataformas impulsionadoras do empreendedorismo e de novos negócios; a busca ativa e captação de novos investimentos. É desta forma que construiremos um território mais atrativo para se viver, estudar, trabalhar e visitar.

Os resultados destas eleições autárquicas, em particular os quase 16 mil tomarenses que optaram por não votar, devem levar-nos a todos a refletir e a agir. Os tomarenses são homens e mulheres de talento e engenho. Falta a capacidade de liderança e de galvanização para mobilizar esse talento para a construção de um concelho onde o sucesso seja o resultado de uma política de capacitação e envolvimento da comunidade.

Podem contar com o PSD para trabalhar por uma mudança de prioridades e de políticas públicas em Tomar. Por um concelho onde as 11 freguesias são geridas de forma equilibrada com um objetivo comum, onde somos capazes de antecipar necessidades, desafios e oportunidades e onde sabemos que o que fizemos ontem não será suficiente para amanhã. Por um concelho que tenha no Turismo um importante vetor de desenvolvimento, mas que dele não fique refém. As Tecnologias da Informação, a Indústria, a Agricultura e a Floresta são também setores onde  temos de nos afirmar. Um concelho onde o património e a história são ponto de partida, mas que não se fica por aí. Por um concelho moderno, líder na região, sinónimo de responsabilidade para com o futuro e de esperança.

Foi a isso que nos propusemos quando nos candidatámos. É para isso que trabalharemos nos próximos quatro anos!

Tiago Carrão, Vereador do PSD

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